Quando comecei a trabalhar com times ágeis, confesso: só enxergava o Scrum e o Kanban como resposta para quase tudo. No início, eles funcionam muito bem. Mas, à medida que o ambiente ficava mais incerto, percebia que só os post-its e sprints não bastavam. As equipes realmente eficazes do século XXI conseguem mais do que apenas seguir processos. Elas desapegam de métodos que já não funcionam, abraçam a ambiguidade, exploram novas ideias e mantêm o desempenho mesmo em remoto ou híbrido, sem abrir mão da saúde emocional.
Já vi empresas pequenas e médias lutando com mudanças repentinas. Aparecem incertezas, crises, a concorrência digitaliza tudo em semanas. E aí, vejo que, segundo estudo de 2021 feito pela McKinsey, times com forte adaptabilidade têm 3,6 vezes mais chance de superar concorrentes em momentos turbulentos.
Neste artigo, quero dividir três estratégias que aprendi e vi funcionando na prática para ir além do básico e construir equipes ágeis com alta adaptabilidade, como define a AQai: a capacidade de ajustar pensamentos e comportamentos rapidamente diante de incertezas e mudanças.

Por que só Scrum e Kanban não bastam?
Scrum traz ciclos rápidos e cadência, Kanban mostra gargalos com clareza. Eles são base de qualquer jornada ágil, sem dúvida. Mas, em ambientes voláteis e ambíguos, ficar restrito a métodos fixos limita a evolução. Já vi isso de perto: times ficam paralisados diante do novo, temerosos de arriscar práticas diferentes.
Ambientes VUCA pedem equipes que mudam de rota sem perder o ritmo.
Da mesma forma, empresas precisam de clareza para distribuir objetivos e promover alinhamento, algo que soluções como a StayAlign ajudam ao transformar metas difusas em OKRs claros com acompanhamento fácil. Mas, mesmo com tecnologia, sem coragem para experimentar e desapegar, times caem na zona de conforto e ficam para trás.
1. Aprender, desaprender e reaprender sempre
O ciclo de adaptação começa quando a equipe aceita que velhos métodos podem ficar obsoletos. Tenho visto times que sabem muitas cerimônias, mas travam ao tentar largar práticas ultrapassadas. O medo de abandonar aquilo que sempre funcionou é real: cria defensividade, resistência e até queda de autoestima.
Para destravar, gosto de inserir perguntas certeiras na retrospectiva, por exemplo:
- O que estamos fazendo só por hábito?
- Qual prática já não gera mais valor?
- Se começássemos do zero hoje, o que não repetiríamos?
É papel dos líderes demonstrar desapego ao vivo. Quando erro, admito na frente do time. Quando uma daily fica maçante, incentivo todos a propor alternativas sem julgamento. Tento sempre me inspirar na mentalidade de crescimento da Carol Dweck: valorizo quem arrisca, quem revisa seu ponto de vista, quem busca aprender algo novo.
Outra dica que trago: instalar mini-experimentos. A equipe pode testar uma daily assíncrona por duas semanas ou trocar a ordem das cerimônias. Avaliem juntos o resultado. Não precisa mudar tudo de uma vez.
Esses pontos se conectam aos subitens AQai de mentalidade (mindset), desaprendizado (unlearning) e flexibilidade mental. Equipes com abertura para experimentar erram mais rápido, inovam mais e desperdiçam menos energia com rituais que já não fazem sentido.
Para aprofundar nesses tópicos, recomendo ver os conteúdos de execução e ritmo, pois o ciclo de aprender-desaprender está intimamente ligado à entrega consistente.
2. Segurança psicológica e resiliência no dia a dia
Segurança psicológica é o fator número um de times de alto resultado, segundo o famoso Project Aristotle do Google. Já resiliência é a capacidade de se recuperar rápido de baixas, mudanças inesperadas ou feedbacks duros.
O desafio aumentou no remoto e no híbrido: fadiga de reuniões virtuais, insegurança ao mostrar vulnerabilidade, ruídos de comunicação, clima pesado e medo de julgamento são obstáculos reais. Eu senti na pele como um ambiente pouco seguro dificulta até pequenas inovações.
Práticas que funcionam e que costumo propor:
- Fazer check-ins emocionais rápidos (de 0 a 10, como você chega para o planning hoje?)
- Líder demonstrar vulnerabilidade: contar quando teve dúvidas, pedir feedback direto
- Revisões de erro sem culpados: focar na solução, não na caça às bruxas
- Pesquisas leves de clima e saúde emocional e olhar coletivo para os resultados
No framework AQai, encontramos subitens ligados a saúde emocional, estresse sob controle e suporte ao time. Reparei nos clientes StayAlign PMEs que desenvolvem esse ambiente:
Colaboradores ficam mais tempo, participam mais, sugerem novas ideias e se recuperam rápido de atrasos ou falhas.
Esse clima também se reflete em engajamento, um dos principais conteúdos sobre gestão de pessoas que acompanho.
3. Liderança curiosa e visão sistêmica
Vi muitos líderes frustrados buscando apenas respostas prontas. O que funciona melhor é estimular perguntas e ampliar a visão do time sobre o todo. Curiosidade é habilidade-chave para antecipar riscos, enxergar oportunidades e entender os impactos das decisões.
Gosto de listar perguntas eficazes:
- O que pode impactar outros departamentos se mudarmos este fluxo?
- De que detalhes ainda não falamos?
- Se você fosse cliente, o que não entenderia?
- Como isso afeta nosso objetivo central?
Ferramentas como story mapping ajudam a enxergar impactos além do time imediato. Outra técnica que recomendo é a rotação de papéis em reuniões: quem normalmente só observa, pode conduzir o check-in. E no mínimo, uma pessoa de fora pode ser convidada a participar da discussão sobre o processo.
No AQai, temas como estilo de pensamento (thinking style), esperança (hope) e suporte (support) se conectam a isso. Ganhos práticos que vejo: decisões coletivas mais ágeis, menos retrabalhos, colaboração espontânea e dependências eliminadas antes de virarem problema.
Esse foco em olhar o sistema e incentivar perguntas conecta direto com estratégias de planos de ação verdadeiramente integrados e com práticas orientadas por IA, como defendido em recomendações da OECD para PMEs.

O eixo Adaptability Flywheel: fortalecendo o ciclo AQai
Unir essas três estratégias é criar um ciclo vivo, o Adaptability Flywheel da AQai, onde aprender-desaprender, saúde emocional e visão sistêmica se alimentam mutuamente. Vejo isso no dia a dia: à medida que um time desapega de velhos hábitos (Ability), desenvolve resiliência e abertura emocional (Character), e cria um ambiente com suporte institucional (Environment), todo o grupo acelera na adaptação e inovação contínua.
No final das contas, times adaptáveis não só entregam com mais velocidade, mas engajam mais, resistem à pressão e inovam mesmo diante de disrupções. Isso se traduz em produto melhor, clientes mais satisfeitos e negócio sustentável, bases defendidas nos conteúdos de tecnologia e IA na gestão e nas diretrizes de ética e transparência da UNESCO para uso da IA em empresas.
Como medir e desenvolver a adaptabilidade?
Para começar: recomendo avaliar o grau de adaptabilidade do seu time. Plataformas como a StayAlign facilitam esse monitoramento, mas para mapear forças e lacunas, uso o AQai, que traz uma radiografia de 15 dimensões (de mindset a suporte institucional).
- Identifique onde estão bloqueios: medo de errar, pouca abertura a novas ideias, baixo suporte emocional?
- Busque treinamentos práticos e planos de desenvolvimento sob medida
- Implemente ciclos curtos de revisão e experimentação, sempre olhando para o ciclo do Adaptability Flywheel
Se precisar de apoio para mapear seu ponto de partida, baixar relatórios AQai ou participar de programas de liderança baseados em adaptabilidade, entre em contato com a equipe da StayAlign pelo WhatsApp ou site oficial e veja como transformar objetivos e times.
Conclusão
Em minha experiência como consultor de times ágeis em PMEs, ficou claro que seguir apenas Scrum e Kanban limita o potencial adaptativo. Vi equipes darem saltos de resultado ao praticar as três estratégias: desapegar de práticas ultrapassadas, investir em segurança psicológica e desenvolver líderes que incentivam perguntas e pensamento sistêmico. Juntas, elas alimentam o ciclo do Adaptability Flywheel, fortalecendo o grupo para enfrentar mudanças constantes e incertezas.Desenvolver adaptabilidade não é moda, é sobrevivência.Recomendo avaliar agora mesmo como anda o perfil adaptativo do seu time, e buscar suporte especializado. Conheça as soluções StayAlign e os conteúdos profundos sobre execução, gestão de pessoas e rotinas ágeis na era digital para guiar seu time a outro nível.
Perguntas frequentes
O que são estratégias além do Scrum?
Estratégias além do Scrum incluem práticas e abordagens que desenvolvem adaptabilidade, como estimular aprendizados contínuos, promover segurança psicológica e incentivar perguntas que ampliem a visão do time. Elas vão além de cerimônias e fluxos, atacando também mentalidade, cultura e interação humana, fundamentais para inovação e resiliência em ambientes de constantes mudanças.
Como aplicar métodos além do Kanban?
Para ir além do Kanban, gosto de inserir práticas como retrospectivas de desapego, testes controlados de novos rituais, integração de visão sistêmica e check-ins emocionais. É importante medir o que está funcionando e ajustar sempre. Também recomendo incluir acompanhamento com ferramentas colaborativas e IA, que conectam tarefas, objetivos e progresso, sem tanto peso operacional.
Quais são os benefícios de inovar nos times ágeis?
Inovar em times ágeis reduz retrabalhos, diminui desperdício, acelera respostas a mudanças e aumenta o engajamento. Equipes inovadoras apresentam maior retenção, atraem mais talentos e se destacam em crises, como mostrou o estudo da McKinsey citado. A inovação contínua garante que o time não fique obsoleto e mantenha vantagem competitiva.
É melhor usar só Scrum e Kanban?
Na minha visão, não basta usar apenas Scrum e Kanban em ambientes voláteis. Eles são ótimos pontos de partida, mas para obter resultados superiores é indispensável agregar práticas de desenvolvimento da adaptabilidade, bem-estar emocional e visão de sistema completo.
Quando devo buscar novas práticas ágeis?
Sempre que sentir que os métodos atuais não trazem mais aprendizado, engajamento ou resultado consistente, é momento de buscar práticas novas. Momentos de crise, mudanças de mercado ou crescimento rápido da equipe também são sinais claros para experimentar e medir novas abordagens, de preferência, fazendo pequenos testes antes de grandes mudanças.
